sábado, 13 de novembro de 2010

Ibama aplica multa milionária a empresa de vice de Marina

O Ibama autuou diversas empresas, nacionais e estrangeiras, em valor acima de R$ 100 milhões por biopirataria. Cerca de 60% dessas multas foram aplicadas à Natura, pelo uso não autorizado de patrimônio genético e de Conhecimento Tradicional Associado (CTA), que é o uso comercial de práticas exclusivas de comunidades brasileiras. A investigação envolve os órgãos ambientais, Ministério Público Federal, Polícia Federal e a até a Interpol, a polícia internacional, por envolver também tráfico de biodiversidade. Os autos, porém, são sigilosos, pois tratam de propriedade intelectual.
Por conta da autuação da Natura, o processo é carregado de conteúdo político. Guilherme Leal, um dos sócios da empresa de cosméticos, foi candidato a vice-presidente na chapa de Marina Silva (PV), que foi Ministra do Meio Ambiente no governo Lula.
As infrações teriam tido início com uma relativa permissividade do Conselho de Gestão do Patrimônio Genético (CGen) nos últimos anos, segundo uma fonte graduada do governo. O CGen é composto por 11 diferentes instituições do governo federal e é o responsável pelas autorizações para exploração comercial de patrimônio genético e CTA.
Quando Marina Silva deixou o ministério, cerca de 120 processos do CGen foram encaminhados para a fiscalização do Ibama. Desde o ano passado, o MPF-DF instaurou um inquérito civil para investigar “atos de improbidade administrativa e eventual favorecimento à biopirataria imputado aos membros do CGen”. São diversos inquéritos que avaliam os processos de pedido de licenças enviados ao Conselho e também suas concessões, ou não, de autorização.
A atual ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, já solicitou ao atual presidente do CGen e secretário de biodiversidade do ministério, Braulio Dias, que produzisse um projeto de reformulação do CGen. Há um grupo de estudos formado especialmente para tratar de gestão do patrimônio genético.
As comunidades e regiões onde os bens naturais são explorados, segundo uma fonte a par das investigações, são, normalmente, regiões em situação financeira precária. Em geral, as empresas interessadas na bioprospecção adquirem os imóveis das regiões onde querem explorar e formam uma associação com os moradores, muitas vezes por meio de Organizações Não-Governamentais (ONGs). Ocorre que, com ou sem a autorização, as muitas empresas são acusadas de manter a extração e a exploração dos bens naturais locais.
Na próxima reunião do CGen, na quarta-feira, está em pauta a discussão sobre um inquérito que envolve a investigação sobre a empresa estrangeira Natural Source International Ltda. O Ministério Público Federal pode levar esses casos para as esferas penal ou criminal, dependendo do evento. O mesmo pode ocorrer com as multas aplicadas pelo Ibama, se forem enviadas ao MPF.
As empresas foram autuadas entre os dias 28 e 29 de outubro e têm prazo de 20 dias para apresentar sua defesa ao Ibama. Nesta semana, representantes da Natura já estiveram na sede da entidade para retirar informações dos autos.

sábado, 6 de novembro de 2010

Netshoes associa-se ao fundo Tiger e se prepara para a Copa

A entrada do fundo de investimento Tiger Global no capital da Netshoes, maior loja virtual de artigos esportivos, é mais um sinal da nova fase do comércio eletrônico no Brasil, onde negócios locais estão se transformando em minas de ouro. Fundada há dez anos por Márcio Kumruian, hoje com 36 anos, a Netshoes não revela o valor pago pelo fundo americano, que adquiriu uma participação minoritária. Em número de visitas, a Netshoes já é a terceira maior operação de comércio eletrônico do Brasil, atrás apenas da Americanas e do Submarino, que pertencem à B2W, segundo a empresa Comscore.
Fontes consultadas pelo iG avaliam que a loja virtual de artigos esportivos deve valer mais que o BuscaPé, portal de busca de ofertas fundado por quatro universitários em 1999, um ano antes da criação da Netshoes. O controle do BuscaPé foi comprado pelo fundo sul-africano Napster por US$ 342 milhões em setembro de 2009.
A Tiger Global é um fundo de investimentos com sede em Nova York com foco em empresas de internet. Recentemente, o fundo pagou US$ 20 milhões por 1% do capital Linkedin, uma rede social de contatos profissionais.
A Netshoes reúne todos os ingredientes mais promissores para os investidores. O primeiro deles é que a demanda por artigos esportivos tende a apresentar fortes taxas de crescimento com a realização no Brasil da Copa do Mundo, em 2014, e a Olímpia, em 2016.
O varejo é também um dos setores mais favorecidos pelo crescimento econômico do País e pelo aumento da renda das classes de menor aquisitivo. E o comércio online, em particular, deve agora atingir uma grande escala de vendas com o maior facilidade de acesso da classe C, que já se transformou no maior público na internet.
Copa do Mundo
Segundo o diretor de Marketing da Netshoes, Roni da Cunha Bueno, a empresa já está se preparando para a Copa de 2014. “Temos um plano bem traçado de crescimento”, diz o executivo. Os brasileiros já são fanáticos por futebol e, com a realização da Copa, as vendas de artigos relacionados ao esporte devem aumentar ainda mais.
O poder de um mundial de futebol sobre o consumo já pôde ser medido neste ano, quando a Netshoes deve crescer 15% acima do comércio eletrônico de forma geral, que mostra taxas de expansão de 40%.

domingo, 24 de outubro de 2010

G-20 decide ampliar poder de países emergentes no FMI

O G-20, grupo que reúne países industrializados e os principais emergentes do mundo, concordou com uma reforma histórica do Fundo Monetário Internacional (FMI), disse o diretor-gerente do Fundo, Dominique Strauss-Kahn. "Seremos um quadro totalmente legítimo", disse ele. "Isso representa a maior reforma já feita na governança da instituição".
Os países europeus concordaram em ceder duas de suas oito cadeiras no conselho do Fundo que, em vez ter seus membros apontados, será inteiramente eleito. A reforma tem como objetivo atualizar a estrutura anacrônica que baseava-se no equilíbrio de forças após a II Guerra Mundial e dá aos países emergentes uma representação mais proporcional na instituição, com mais voz e poder de voto.
O conselho do FMI vai se reunir nas próximas semanas para ratificar a decisão. Vai levar cerca de um ano para que os europeus decidam quais de seus menores países cederão as cadeiras. EUA, Japão, Reino Unido, Alemanha, França, Itália, Brasil, Rússia, Índia e China manterão seus assentos como maiores.O presidente do banco central da China, Zhou Xiaochuan, disse que seu país apoia a reforma de cotas no FMI, de acordo com um comunicado divulgado pela agência de notícias Xinhua. Zhou afirmou ainda que, como maior país em desenvolvimento, a China tem de ganhar mais representação no Fundo.
Separadamente, o ministro de Finanças da China, Xie Xuren, exortou os principais países com moedas de reserva a adotar políticas econômicas responsáveis e manter suas taxas de câmbio relativamente estáveis para reduzir o efeito prejudicial de contágio de suas políticas monetárias. Ele acrescentou que a China continuará impulsionando o consumo doméstico como parte de seus esforços para reequilibrar a economia nos próximos cinco anos.
Já o ministro de Finanças da Índia, Pranab Mukerjee, disse que a credibilidade do FMI foi "corrigida, (ainda que) não totalmente, mas substancialmente" com a reforma acordada na reunião do G-20. A Índia, segundo ele, queria "um pouco mais", mas acredita que "o que foi obtido é significativo". As informações são da Dow Jones.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Gradual inclui ação PN da Petrobras em carteira recomendada para a semana

SÃO PAULO - A Gradual Investimentos listou 12 ações em seu portfólio recomendado para o período de 6 a 13 de outubro, trazendo algumas novidades em relação à carteira da semana anterior. Foram incluídos os papéis PN de Petrobras (PETR4), Telemar (TNLP4) e Eucatex (EUCA4). Por outro lado, Banco do Brasil (BBAS3) e Tractebel (TBLE3) deixaram a lista de sugestões da corretora.

Justificando a inclusão dos papéis da petrolífera em sua carteira, a equipe da Gradual afirma que, apesar da diluição ocasionada após o processo de capitalização e a diminuição do preço-alvo anunciada pela própria corretora, a empresa ainda é uma das poucas a apresentarem um potencial de valorização atraente, tendo em vista que a expectativa da Gradual para o Ibovespa gira em 75 mil pontos ao final do ano.

Para a Eucatex, a inclusão decorre das melhores perspectivas acerca do resultado do terceiro trimestre e também da venda da Fazenda de Santa Luzia por R$ 85 milhões. Já para a Telemar, o desconto atrativo visto em seus múltiplos justifica a opção dos analistas da corretora.

Explicando a exclusão de Banco do Brasil e Tractebel, a Gradual afirma que ambos os papéis reportaram valorizações no curto prazo e que atualmente não possuem catalisadores que justifiquem a manutenção na carteira.

De olho nos resultados

O time da Gradual destaca que as temporadas de divulgação de resultados nos Estados Unidos e no Brasil começarão no final desta semana e na semana seguinte, respectivamente, evento que divide importância frente à agenda econômica. O transcorrer da disputa do segundo turno para o governo de importantes estados brasileiros e para a presidência da República também deverá manter os investidores atentos.

Desempenho

Nos últimos sete dias, a carteira recomendada da Gradual marcou desempenho positivo de 1,89%, abaixo do avanço de 2,97% registrado pelo Ibovespa. No ano, o portfólio mostra avanço de 7,73%, contra alta de 3,93% do benchmark. 
Confira a carteira recomendada da Gradual entre os dias 6 e 13 de outubro:

Empresa Código Preço-alvo* Upside**   Peso  
Vale VALE5 R$ 60,50 28% 20%
Copasa CSMG3 R$ 31,00 19% 10%
EzTec EZTC3 R$ 14,00 19% 10%
Brookfield BISA3 R$ 10,50 15% 10%
Marcopolo POMO4 R$ 7,10 24% 10%
Pão de Açúcar PCAR5 R$ 74,00 22% 5%
Petrobras PETR4 R$ 37,50 39% 5%
Gerdau Met GOAU4 R$ 42,50 57% 10%
Telemar TNLP4 R$ 37,00 50% 5%
Eucatex EUCA4 R$ 8,00 36% 5%
AES Tietê GETI3 R$ 22,80 20% 5%
Ferbasa FESA4 R$ 17,70 42% 5%
* Para 12 meses
**Potencial de valorização em relação no fechamento de 5 de outubro

"Inflação oficial" sobe 0,45% em setembro após três meses de estabilidade

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial, registrou alta de 0,45% em setembro depois de três meses seguidos de estabilidade, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira (7).

O grupo alimentação e bebidas foi o principal responsável pela aceleração dos preços, a mais alta desde abril deste ano, quando o IPCA subiu 0,57%.
No acumulado do ano, o índice soma elevação de 3,6%. Considerando os últimos 12 meses, o IPCA passou para 4,7%.
“Após três meses de preços em queda (junho 0,9%; julho 0,76%; e agosto 0,24%), o grupo Alimentação e bebidas apresentou em setembro alta de 1,08% e foi dono de uma contribuição de 0,24 ponto percentual, mais da metade do IPCA do mês", afirma o IBGE em nota.



Dentro desse grupo, o destaque ficou com as carnes, com elevação de 5,09% e a maior contribuição individual de alta do mês, de 0,11 ponto percentual.
Outros aumentos que mostraram aumento de preços no mês foram o açúcar cristal (5,66%), o óleo de soja (5,47%), as frutas (3,98%), a farinha de trigo (3,61%) e o frango (3,11%).
Outros grupos que contribuíram para a aceleração da inflação foi habitação, com aumento de 0,4% em setembro ante 0,23% em agosto, e vestuário, com alta de 0,45% ante 0,17% antes.
A meta de inflação do Banco Central para este ano é de 4,5%, com variação de dois pontos percentuais para cima ou para baixo, ou seja, a inflação poderia ir de 2,5% a 6,5%. O índice de 4,5% é chamado de centro da meta, pois está bem no meio dos extremos.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), calculado entre as famílias com renda mensal até seis salários mínimos, mudou de direção na passagem de agosto para setembro, de queda de 0,07% para elevação de 0,54%.
O IPCA refere-se às famílias com rendimento mensal de 1 a 40 salários mínimos e abrange nove regiões metropolitanas do país (São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba, Salvador, Recife, Fortaleza e Belém), além do município de Goiânia e do Distrito Federal.


sábado, 2 de outubro de 2010

Harley Davidson e Grupo Izzo

A guerra travada entre a fabricante de motos americana Harley Davidson e a sua única rede de concessionárias no Brasil, a HDSP Comércio de Veículos, pertencente ao Grupo Izzo, de São Paulo, ainda não acabou.

As empresas, que tentam acordo fora dos tribunais, estão prestes a bater o martelo, mas fazem mistério. Pudera, a queda-de-braço gira em torno de R$ 3 milhões e um acordo seria a melhor saída para evitar um desgaste da marca.
A Harley Davidson, por meio de sua assessoria, disse que a questão continua sendo discutida e que “não tem novidades, por enquanto”. Já os advogados do Grupo Izzo, do escritório Lacaz Martins Halembeck Pereira Neto Gurevich & Schoueri, confirmaram a possibilidade de acordo, antecipara pela coluna semana passada, mas disseram que nada foi fechado ainda.
A briga entre as duas começou no final do ano passado porque a fabricante alegou ter havido violação do acordo de exclusividade entre as partes, a associação da marca Harley Davidson à de concorrentes, e também de um suposto mau atendimento a clientes. Além disso, a multinacional pretende agir diretamente no Brasil, sem representantes

Pesquisa revela temor das empresas em relação à segurança das informações corporativas

Uma pesquisa da empresa de segurança Trend Micro revelou que maioria dos funcionários tem uma postura imprudente ou ambivalente quando se trata da segurança dos dados da companhia.
O estudo – que ouviu 1,6 mil usuários nos Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha e Japão – mostra que quase 50% dos entrevistados admitiram ter usado uma conta de e-mail insegura para enviar dados da empresa. “Em 90% das situações, o funcionário coloca a empresa em risco sem a intenção. Muitas vezes, ele está apenas encaminhando dados para que possa continuar trabalhando em casa”, afirma Hernan Armbruster, diretor de novas tecnologias da Trend Micro para a América Latina.

No caso de funcionários remotos, o quadro é mais crítico: 60% deles admitiram ter enviado informações confidenciais da empresa por mensagens instantâneas, webmail ou aplicações de mídia social, contra 44% dos profissionais que atuam internamente. No Japão, esse número salta para 78% entre os funcionários remotos.
Web 2.0
As redes sociais também exigem atenção especial. “Muitas pragas virtuais são difundidas por meio de redes sociais. Além disso, é importante que o profissional não compartilhe informações da empresa nesses espaços”, diz Armbruster.
De acordo com um levantamento da McAfee, há uma grande preocupação das empresas em relação à segurança no uso de aplicações como mídia social, micro blog, plataformas colaborativas, ferramentas de compartilhamento de conteúdo etc.
A pesquisa ouviu mais de mil executivos em 17 países e mostrou que um terço afirma não usar mais amplamente os recursos de Web 2.0 em função de questões relacionadas à segurança da informação. Entre as maiores preocupações dessas empresas estão o medo de softwares contaminados, apontado por 35%, temor de vírus (15%), receio com a superexposição da companhia (11%) e medo de spyware (10%).
Apesar disso, o levantamento revelou que Brasil, Espanha e India lideram a adoção de recursos de web 2.0 no trabalho, com índices acima de 90%.
Perdas financeiras
A falta de cuidado em relação à segurança pode gerar muitas perdas para as empresas e causar problemas à carreira do profissional. Segundo a pesquisa da McAffe, mais de 60% das organizações já tiveram perdas de, em media, US$ 2 milhões em função de incidentes de segurança, no ano passado, o que totaliza cerca de US$ 1 bilhão.
Para evitar esses problemas, Hernan Armbruster, da Trend Micro dá algumas dicas:
- Ler a política de uso dos sistemas de tecnologia da empresa: é importante que o profissional saiba o que ele pode ou não fazer com os recursos tecnológicos. Caso contrário, ele assume um risco muito alto, pois pode perder dados importantes por usar os sistemas indevidamente e terá de responder por isso.
- Não utilizar recursos próprios: o funcionário deve evitar rotinas, como gravar informações importantes em seu pen drive, já que esse equipamento pode ser perdido. Isso também inclui o uso de laptops. “Se o profissional precisa de algo, deve solicitar à área de TI da empresa, que pode fornecer equipamentos com sistemas para proteção das informações”, afirma Armbruster.
- Não compartilhar informações da empresa: ter cuidado com o que publica em redes sociais é essencial
- Dar preferência ao uso da VPN em vez de encaminhar e-mails com informações a serem usadas para trabalhar em casa: “Essa é uma prática comum, mas bem arriscada, uma vez que normalmente as informações são enviadas por e-mail pessoal.
- Não fornecer a senha a colegas: algumas vezes, ao tirar férias, o profissional deixa seus dados de login com um colega para facilitar o acesso durante sua ausência. Esse procedimento, entretanto compromete a segurança